São Paulo ganha arena de realidade virtual com games de zumbi, alienígenas e enigmas
Com fones de ouvido, óculos e uma outra realidade a sua frente, o participante fica completamente isolado do mundo exterior por meia hora, o que pode render momentos até vergonhosos -mas divertidos e memoráveis.
Subir elevadores sem sair do mesmo piso, atirar em zumbis e proteger seus amigos são feitos possíveis na primeira arena de realidade virtual da Gravity VR, que abre nesta quarta-feira (9) em Moema, na zona sul de São Paulo.
Importada da Rússia, a tecnologia permite que os jogadores se movimentem sem fios ou colunas em uma área plana de 100 m².
Em parceria com a Anvio, empresa de jogos de VR, os sócios Tiziano Bonicelli, Gilson Sanches, Edson Galindo e seu filho, Felipe Galindo, tiveram a ideia de trazer esse conceito ao Brasil há cerca de oito meses, com jogos completamente dublados. Bonicelli destaca que já “existem outras empresas de realidade virtual, mas nada nessa magnitude”.
“O mercado tem sede de novas experiências, e enxergamos na Gravity VR uma saída. A realidade virtual é um mundo que está só caminhando. E as aplicações dela são imensas, desde a medicina até visitas online a museus. Vamos pegar uma carona e dominar a tecnologia para fazermos ainda mais coisas”, completa Sanches.
A realidade aqui é, na verdade, toda construída por equipamentos: Oculus Vive de realidade virtual, um computador de cerca de 3,5 kg com alças nas costas, uma arma de brinquedo e sensores nos tornozelos e pulsos -com os quais você “aperta” botões e “chuta” objetos.
Um funcionário da atração também pode facilitar (ou dificultar) a sua missão no jogo, ao enviar, por exemplo, zumbis para a arena do game “City Z”. O portfólio chega com esse e mais outros dois jogos da Anvio: “Station Zarya”, um game de tiro contra alienígenas do gênero sci-fi, e “Lost Sanctuary”, um jogo de enigma mais tranquilo que os outros dois, que permite experiências de viagem de barco e até de “sair do próprio corpo”.
Com fones de ouvido, óculos e uma outra realidade a sua frente, o participante fica completamente isolado do mundo exterior por meia hora, o que pode render momentos até vergonhosos -mas divertidos e memoráveis.
Até quatro jogadores são permitidos na arena, pela qual eles se movem livremente, pulam obstáculos, andam em pranchas de madeira penduradas sobre prédios e até sobem andares de elevador. É possível conversar com os outros membros da equipe e “dar cobertura” a eles, já que o jogo é essencialmente colaborativo -e ideal para uma confraternização de trabalho ou uma comemoração de aniversário, já que o espaço pode ser reservado e também oferece outros jogos eletrônicos e arcades.
“A gente vê potencial não só para oferecer as experiências, mas para a importação dessas máquinas também, como o computador das mochilas, que ainda não é comercializado no Brasil”, diz Sanches. “Esse mercado deve explodir no Brasil.”
A intenção é que o espaço ganhe mais uma unidade em São Paulo, possivelmente na região do Tatuapé, e aos poucos em outras cidades brasileiras. Mas, mais do que isso, já existe uma tecnologia que permite que um quarteto no Brasil jogue contra outro do outro lado do mundo, o que pode originar até torneios mundiais.
“Você verá outros quatro avatares que podem estar até em Pequim. Abrimos a oportunidade para fazer disso um torneio. É uma realidade viável, mas desafiadora”, diz Bonicelli. “A intenção é que o modo de duas equipes -quatro contra quatro- seja lançado até o final do ano. Ele já está pronto, mas ainda não está liberado -precisamos testar para evitar bugs.”