Pesquisadores encontram vértebra de titanossauro no interior de SP

Estima-se que o fóssil encontrado seja de 80 milhões de anos atrás, poucos milhões de anos antes da grande extinção dos dinossauros.


Por Folhapress Publicado 08/11/2019
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Reprodução (Divulgação)

Uma caçada a fósseis de dinossauros resultou em mais uma descoberta no interior de São Paulo. Uma vértebra da cauda de um titanossauro, uma das maiores espécies que habitou o Brasil, foi encontrada em Uchoa, a 420 quilômetros de São Paulo.

O fóssil tem 20 centímetros e pesa cerca de dois quilos. Os titanossauros viveram, no interior paulista, no período cretáceo -período que se estende de 140 milhões de anos a 66 milhões de anos atrás.

Os titanossauros eram herbívoros, tinham pescoço alonga do, eram quadrupedes, mediam de 12 a 20 metros de comprimento e tinham cerca de seis metros de altura. Eles andavam sobre quatro patas e pesavam até 12 toneladas.

Estima-se que o fóssil encontrado seja de 80 milhões de anos atrás, poucos milhões de anos antes da grande extinção dos dinossauros.

A descoberta foi feita no dia 5 de outubro durante um trabalho de buscas que é realizado aos finais de semana, duas vezes ao mês, pela equipe do Museu de Paleontologia Pedro Candolo, de Uchoa. 

O fóssil estava em um barranco de uma grota, na área rural da cidade. O ponto já era mapeado pelos paleontólogos e buscas frequentes são feita no local.
“Sabíamos que nessa área poderíamos encontrar algo, pois ali é um lugar que possui a rocha da época aflorando”, diz Leonardo Silva Pachoa, biólogo e administrador do museu.

Após a localização do fóssil, o paleontólogo Fabiano Vidoi Iori foi chamado para fazer a identificação do material antes de ele ser retirado por completo.
Concepção artística do um titanossauro Reprodução. No dia seguinte à descoberta a equipe voltou até o local e com martelos e talhadeiras retiraram a camada de arenito que cobria o fóssil e fizeram a retirada do material.

“Só tivemos a certeza que se tratava de um fóssil após remover por completo a matriz rochosa que o envolvia. Para classificar um osso fossilizado fazemos a análise da morfologia [formato e medidas] do determinado osso e comparamos com materiais já descritos”, explica o paleontólogo Fabiano Vidoi Iodi.

Pelas características da vértebra encontrada, o administrador do museu acredita que pertencia a um dinossauro com dez metros de comprimento e peso de dez toneladas.

O osso foi levado ao museu e está em fase de preparação e estudo para ser tombado. Ele já foi integrado ao acervo de 600 fósseis e pode ser visto pelos visitantes.