Além de Elis Regina, veja outros usos de inteligência artificial na música


Por Folhapress Publicado 05/07/2023
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Reprodução: Pixabay

Uma campanha publicitária lançada nesta segunda-feira (3) reuniu em um mesmo filme as cantoras Elis Regina e Maria Rita, mãe e filha, por meio de inteligência artificial.


A propaganda usou a tecnologia deepfake para trazer Elis, morta em 1982, para 2023. No vídeo, as duas cantam “Como Nossos Pais”, de Belchior, enquanto dirigem em uma estrada lado a lado.


Vários famosos e anônimos ficaram comovidos com o encontro digital, mas o uso dessas tecnologias na música tem gerado polêmica. Conheça, abaixo, alguns casos recentes.


INÉDITA DOS BEATLES COM IA
Em junho, Paul McCartney anunciou que uma canção inédita dos Beatles gravada com o auxílio de inteligência artificial para restaurar a voz de John Lennon será lançada neste ano.


“Conseguimos captar a voz de John e torná-la pura por meio da inteligência artificial”, disse o ex-beatle. “Então, mixamos a gravação como faríamos normalmente. Isso dá algum tipo de margem de manobra.”
Sean Lennon, filho de John Lennon, explicou que a voz de seu pai não será recriada, conforme algumas especulações sugeriram.


De acordo com Sean, a tecnologia vai usar um vocal pré-existente, de uma demo em baixa qualidade, e vai limpá-lo e torná-lo nítido para a nova canção.


FEAT. COM DRAKE SEM AUTORIZAÇÃO

O rapper Drake não gostou nada de saber, em abril, que sua voz havia sido usada para a gravação de uma música inédita, sem sua autorização.


A artista americana Ice Spice usou o deepfake para inserir a voz de Drake em sua música “Munch”. “Essa foi a gota d’água”, escreveu o rapper em suas redes sociais.


LETRA “GROTESCA” INSPIRADA EM NICK CAVE
Em janeiro, Nick Cave fez um manifesto contra o sistema de inteligência artificial ChatGPT, após um fã pedir ao robô que produzisse uma letra no estilo do cantor australiano.


“O ChatGPT pode ser capaz de escrever um discurso, um ensaio, um sermão ou um obituário, mas não pode criar uma música genuína. Poderia talvez com o tempo criar uma música que é, na superfície, indistinguível de uma original, mas será sempre uma réplica, uma espécie de burlesco”, escreveu Cave numa edição de sua newsletter, ao comentar a letra escrita pela inteligência artificial.


A letra criada pelo robô tinha versos como “Eu sou o pecador, eu sou o santo/ eu sou a escuridão, eu sou a luz/ eu sou o caçador, eu sou a presa/ eu sou o demônio, eu sou o salvador”, numa tentativa de imitar o estilo soturno de Cave.


“O apocalipse está a caminho. Esta música é péssima”, afirma ele, acrescentando que a letra é uma “imitação grotesca do que é ser humano”.


FALSA DUPLA SERTANEJA
Viralizou em maio nas redes sociais a história da dupla sertaneja fictícia João Miguel & Pedro Henrique, que lançou uma música no Spotify criada a partir do ChatGPT. A invenção foi do roqueiro e produtor musical Diogo Tupinambá.


Depois de compor a letra, ele pediu que um amigo o ajudasse com a segunda voz e que outro colega fizesse a mixagem da música. O passo seguinte foi buscar, no ChatGPT, o nome de uma dupla sertaneja que ainda não existisse. Ele também usou IA para criar os rostos dos cantores, além da capa da canção.


“ChatGPT, faz um recadinho para ela voltar para mim/ escreve dizendo que eu ainda estou a fim/ e que nosso amor não pode acabar”, diz o refrão da música.


LENDAS DA MÚSICA ENVELHECIDAS

Em junho, um designer americano criou, por meio de inteligência artificial, imagens de como estariam hoje artistas que já morreram, como Kurt Cobain, Jimi Hendrix e Jim Morrison.