Conheça os cuidados necessários para evitar doenças respiratórias em ambientes climatizados

A falta de limpeza interna e a troca dos filtros comprometidos podem provocar problemas respiratórios pelos microrganismos liberados no ar enquanto o aparelho está em operação.


Por Redação Estereosom Publicado 07/06/2019
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É comum ver ar-condicionado em ambientes empresariais, hotéis e shoppings. Mas o que muitas pessoas não sabem é o quanto a manutenção dos equipamentos é necessária para evitar a propagação de doenças respiratórias. As grades, dutos e pás de ventilação acumulam umidade e partículas de sujeira que torna o local propicio para proliferação de fungos e bactérias.

Assim, a falta de limpeza interna e a troca dos filtros comprometidos podem provocar problemas respiratórios pelos microrganismos liberados no ar enquanto o aparelho está em operação. Além disso, pode contribuir para disseminação de doenças principalmente no outono e inverno, que são marcados por dias mais frios e secos. Outro grande fator prejudicial da falta de manutenção é que o aparelho pode gerar mais gastos do que o esperado por ficar deteriorado 

Dessa forma, foi criado o Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) que busca garantir a qualidade do ar em ambientes com ar-condicionado com capacidade acima de 60.000 BTU. “Apesar do Plano ser usado em diversos contextos, é cada vez mais relacionado à manutenção de ar-condicionado. Afinal, ele consiste em analisar o ambiente, identificar todos os equipamentos utilizados para o condicionamento do ar e definir manutenções programadas com descritivo das atividades e prazos para sua execução”, conta Paulo Henrique Pagioro, diretor da Riberar.

O objetivo é diminuir a contaminação por fungos e bactérias e poluentes que possam provocar doenças. Todos os edifícios de uso público artificialmente climatizados devem dispor de um plano de manutenção que busca minimizar risco à saúde dos ocupantes. “É preciso obedecer aos critérios estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). As multas relativas as faltas de manutenção podem variar de R$ 2 000,00 a R$ 1.500.000,00, dependendo do risco, recorrência e tamanho do estabelecimento”, revela.

A legislação considera que um plano de manutenção de ar-condicionado está completo quando contempla a manutenção mecânica dos equipamentos e o controle de qualidade do ar ambiente. Além disso, o PMOC tem que ser elaborado por aqueles com domínio na área e deve ser assinado por engenheiros mecânicos certificados também em Segurança do Trabalho.

Para criação do plano, inicialmente é necessário que seja feita uma visita técnica ao local para se avaliar a quantidade de equipamentos e seus tipos, as dimensões do ambiente que é refrigerado, as pessoas que lá permanecem ou transitam, fontes de calor e possível fluxo de ar com ambiente externo. “Com esses dados, é possível calcular a carga térmica dos ambientes que com o auxílio de manuais e estudo do funcionamento do equipamento possam ser definidas as etapas de manutenção com os prazos adequados e adaptados para cada realidade”, conta Neio Lucio Gonçalves de Lima, diretor da Riberar.

Para isso, é preciso ter periodicidade em todas as atividades e oferecer suporte necessário para que a equipe de manutenção possa cumprir corretamente o que é programado. Os profissionais devem também apontar pontos críticos a serem observados e dar dicas sobre como realizar a manutenção. Assim, o gestor pode ter total confiança de que as manutenções vão estar em dia, garantindo uma boa qualidade do ar e o funcionamento apropriado dos equipamentos.

Lima também conta que o cuidado com sistemas de ar-condicionado é antigo e surgiu em 1976 na Convenção de Legionários nos Estados Unidos. “Os veteranos de guerra foram infectados por uma bactéria até então desconhecida chamada legionella pneumophila. Ela provocou um tipo de pneumonia nos ex-combatentes e causou 34 mortes por causa da doença”, revela.

No Brasil, o destaque foi maior com a morte do ex-ministro das comunicações, Sérgio Motta, em 1998 que levou as autoridades brasileiras a iniciar o desenvolvimento do PMOC. O projeto aprovado pelo congresso nacional e sancionado pela Presidência da República, através da lei federal 13.589 de 4 de janeiro de 2018, obriga os prédios públicos e coletivos como hospitais, escolas e centros comerciais, a contar com um plano de manutenção para seus sistemas e aparelhos de ar-condicionado.