Rio mantém Carnaval enquanto avalia impacto da variante ômicron

A Secretaria Estadual de Saúde afirma que mudanças só ocorrerão em caso de alteração na tendência epidemiológica na cidade.


Por Folhapress Publicado 30/11/2021
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Reprodução: Pixabay

O Rio de Janeiro mantém o planejamento para a realização do Carnaval no ano que vem apesar do surgimento da ômicron, nova variante do coronavírus. A Secretaria Estadual de Saúde afirma que mudanças só ocorrerão em caso de alteração na tendência epidemiológica na cidade.


As inscrições para o concurso de Rei Momo, Rainha e Princesa do Carnaval, feitas pela prefeitura, seguem abertas até esta terça-feira (30). A Liesa (Liga das Escolas de Samba) mantém a venda de ingressos para o desfile no Sambódromo e os preparativos para a apresentação de 506 blocos seguem em curso.


O secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, afirma que novas restrições só serão impostas após uma mudança no cenário epidemiológico ou informações mais precisas sobre a transmissibilidade e gravidade da variante ômicron.


“Ainda não temos dados sobre a agressividade da variante, seu risco clínico, ou se escapa da vacina. São informações ainda preliminares. A decisão é tomada com base na realidade atual ou na futura projetada com base em algumas variáveis mais claras”, disse ele.


Chieppe afirmou que todas as amostras de turistas estrangeiros com resultado positivo para o novo coronavírus terão a variante identificada, a fim de monitoramento da chegada da ômicron. Ainda não há registros da cepa no estado.


O governador Cláudio Castro (PL) afirmou que a prioridade agora é discutir o cenário da realização do Réveillon. Para ele, ainda “não há desespero”.


“Não é hora de falar de Carnaval. A hora é olhar para o Réveillon. Na fotografia de hoje não há desespero. Vou a Brasília, amanhã, para entender o que eles estão pensando. O Rio é a porta de entrada para o país. O meu estado é o primeiro a ser impactado por qualquer nova cepa. Temos que estar bem preparado com isso”, disse ele.


O prefeito Eduardo Paes (PSD) afirmou que o planejamento para a festa não significa que ela não possa ser cancelada.


“Qualquer evento ou festividade que irá, em tese daqui a semanas ou meses, só vão ser realizados caso haja condições seguras para tal. Ter planejamento para um evento não significa, necessariamente, que ele vai ser realizado. É plenamente possível cancelar algo que foi planejado”, disse o prefeito, em vídeo publicado em suas redes sociais.


Em entrevista à Rádio Jovem Pan na semana passada, Daniel Soranz, secretário municipal de Saúde do Rio, afirmou que não existe possibilidade de cancelar ou postergar o Réveillon e o Carnaval.


A Secretaria Municipal de Saúde afirma que, por ora, não há evidência científica que indique a necessidade de restrição à realização das festas de fim de ano. Em 17 de setembro, eventos foram retomados na cidade e, segundo a pasta, não houve aumento nos números da pandemia desde então.


“As internações pela Covid-19 são cada vez mais raras e todos os indicadores de monitoramento da pandemia seguem em queda sustentada. A prefeitura seguirá monitorando o panorama epidemiológico e, em caso de mudança, poderá alterar as medidas”, afirma a secretaria. ​


A capital segue com a menor taxa de transmissão e número de pessoas internadas desde o início da pandemia. Na tarde desta segunda (29), o painel da prefeitura indicava que havia 27 pessoas internadas com Covid em hospitais públicos da cidade.


Em nota, a Liesa afirmou que sege em contato com as autoridades competentes. “Seguimos confiantes na realização do evento.”