‘Fazia mal para ele mesmo’, diz filho sobre vício de Arlindo Cruz em cocaína
Um dos nomes mais fortes do samba desde os anos 1980, Arlindo Cruz integrou o grupo Fundo de Quintal, celeiro do samba e do pagode no Rio de Janeiro.
O cantor Arlindinho Cruz, 29, filho de Arlindo Cruz, falou nesta quarta-feira (2), ao canal do jornalista Rica Perrone no YouTube, sobre o AVC sofrido pelo pai e o vício dele em cocaína. O sambista sofreu um AVC em 2017, ficou internado um ano e três meses e agora se recupera em casa.
Arlindinho contou ao jornalista que nunca falou sobre o vício do pai porque queria esperar a irmã crescer um pouco mais. “Ele contou já se tratando [do vício] em cocaína. Eu sempre soube, ele me falou com uns 11, 12 anos”, disse Arlindinho.
O cantor disse que Arlindo Cruz sempre foi bom para todo mundo, o melhor pai e que só fazia mal para ele mesmo. Segundo Arlindinho, o pai é um cara maravilhoso, mas que tinha um calcanhar de Aquiles, uma fraqueza: o vício.
“Um vício que mexe muito no sistema nervoso central, e aí para se libertar, tinha sido muito difícil. Ele já tinha se tratado algumas vezes, mas nunca tinha conseguido por tanto tempo.”
O artista falou que antes do pai ter sofrido o AVC ele estava no seu melhor momento da vida e há muito tempo sem beber ou usar drogas. “Desde quando eu acompanho a vida dele, nunca tinha visto meu pai tanto tempo sem beber, sem usar droga alguma.”
O cantor afirma que hoje se considera uma pessoa completamente careta devido ao vício do pai e que fica muito triste quando descobre que amigos estão usando a droga. Ele admitiu que gosta de beber e já chegou a usar maconha, mas antes de entender todos os impactos dessas escolhas.
“Eu não sou aqui o caretão. Eu bebo cerveja, já fumei maconha uma vez ou outra na vida. Não fumo, mas já fumei. Com os amigos, antes de entender esse universo. Mas depois passei a escolher o que eu quero e o que eu não quero para a minha vida. É isso. É um meio-termo”, disse Arlindinho.
Um dos nomes mais fortes do samba desde os anos 1980, Arlindo Cruz integrou o grupo Fundo de Quintal, celeiro do samba e do pagode no Rio de Janeiro. Em 2018, o compositor foi homenageado pela escola Império Serrano.
Arlindo é autor de diversos sambas-enredo das escolas Império Serrano, Grande Rio e Vila Isabel, e compôs ou interpretou sucessos do gênero, como “O Show Tem que Continuar”, “Camarão que Dorme a Onda Leva” e “Meu Lugar”.