‘Todo mundo que amei já me fez chorar’, diz Cleo
Ah, aquela sensação de “Meu mundo caiu”, o coração em frangalhos… Quem nunca? Cleo sabe muito bem o que é isso e já deixa claro no título do livro que acaba de lançar: “Todo Mundo que Amei Já Me Fez Chorar”. Os textos marcam a estreia da atriz na literatura e foram escritos em parceria com Tatiana Maciel. São apresentados como uma obra ficcional, mas nem tanto.
Há muito das vivências das autoras nos textos, mas a ficção, conta Cleo, foi necessária “para trazer um distanciamento a respeito da obra”, já que o livro não foi pensado para falar exclusivamente sobre os relacionamentos que as duas viveram. “A ideia era mostrar como todas nós estamos constantemente envolvidas em relacionamentos que podem nos fazer mal”, diz a multiartista, que lança nos próximos dias uma adaptação cinematográfica do livro em formato de websérie.
Autora de “O Pequeno Manual Antirracista” e colunista da Folha de S.Paulo, a filósofa Djamila Ribeiro assina a contracapa e destaca a importância deste tipo de obra, que classifica como “arte política”. “‘Todo Mundo que Amei já me Fez Chorar’ dialoga de uma forma envolvente com mulheres que resistem às tentativas do patriarcado de naufragá-las”.
Cleo concedeu a seguinte entrevista à Folha de S.Paulo:
PERGUNTA – Os contos publicados são totalmente ficcionais?
CLEO – Há muito das minhas vivências e da Tati nos contos, mas a ficção era necessária para trazer um distanciamento nosso a respeito da obra, além do tom literário que queríamos contar nas histórias.
P.- O livro quer passar alguma mensagem?
C – Ele não foi feito para falar exclusivamente sobre o que vivemos, mas para mostrar como todas nós estamos constantemente envolvidas em relacionamentos que podem nos fazer mal. É para que as pessoas possam se identificar, se encontrar nessas histórias também e se analisarem.
P.- O título do livro se aplica à realidade?
C – Sim. Todo mundo que amei já me fez chorar, mas alguns desses choros foram resolvidos depois, que é o mais importante. Afinal de contas, não somos perfeitos e às vezes machucamos as pessoas.
P.- Você cresceu como símbolo sexual aos olhos do público. É difícil lidar com esse status?
C – Não é difícil lidar com esse status quando ele não te limita. É gostoso ser considerada sexy, desde que não tentem te reduzir a isso. No momento em que começaram a me rotular apenas como um símbolo sexual, isso passou a me atingir e eu vi a necessidade de quebrar este estereótipo.
P.- Faz terapia?
C – Faço terapia, sim. Ela foi e é uma aliada essencial para mim na solução desses conflitos e de muitos outros. Infelizmente essa possibilidade não é uma realidade para todos, mas, quem tiver condições, eu recomendo muito.
P.- Você se casou no ano passado [com o modelo Leandro D’Lucca]. Como está o relacionamento?
C – Está tudo bem com a gente.