Paulo Ricardo fala do significado do hit ‘Olhar 43’

Segundo ele, a canção retrata um olhar de "timidez".


Por Folhapress Publicado 07/10/2022
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Reprodução: Instagram

Paulo Ricardo é o entrevistado de na noite desta quinta-feira (6) no “The Noite” (SBT), apresentado por Danilo Gentili. No programa, o cantor falou sobre o grande sucesso do RPM, a música “Olhar 43”.

Segundo ele, a canção retrata um olhar de “timidez”.


“É um olhar de timidez, um olhar que procura transmitir no olhar as coisas que o personagem da canção não tem a iniciativa, a pegada de chegar na garota, então ele fica tentando ter algum tipo de resposta antes de se aventurar. É um olhar de quem está sondando”, disse.


Na entrevista, o cantor, que vendeu milhões de discos nos anos 80 e 90 e é um dos maiores ícones do rock nacional, falou sobre a turnê do show “Rádio Pirata ao vivo – 35 anos”.


“Estreou em setembro de 2019 e começamos a marcar todas as grandes capitais. Tínhamos Rio e São Paulo na semana da pandemia. 20 e 21 de março de 2020. Gravei vários vídeos postergando. Foi um momento terrível de um filme de ficção científica de terror. Acho que a pior parte foi a angústia de não saber quando ia terminar. Para o entretenimento foi devastador, porque a gente trabalha com aglomeração”, disse.


Ainda sobre a turnê, Paulo Ricardo declarou: “Está sendo muito legal reviver isso. Porque algumas canções foram grandes sucessos, mas outras eram bem lado B, uma coisa dark. É uma máquina do tempo, voltar para aquela cena do Madame Satã, da noite paulistana, daquele contexto onde todas as grandes bandas surgiram. Estava todo mundo começando: Titãs, Paralamas, Barão. É uma polaroid de um momento muito rico”.


O convidado também comentou o fato de que o show de 1985 foi dirigido por Ney Matogrosso. “Foi um presente. Ele não tinha dirigido ninguém e foi o primeiro espetáculo que ele dirigiu. Nós convidamos, porque eu comecei a trabalhar como crítico de música em 81?. O rock estava começando no Brasil, não havia esse boom que ficou claro depois do Rock in Rio”.


“Entrevistei o Ney e acabei conhecendo Cazuza, de quem fiquei muito amigo. Ali começou essa amizade. Quando nós passamos pelo processo de sermos contratados e estar montando show, fomos contratados pelo Poladian, que também era empresário do Ney. O Ney fez tudo, a gente era uma banda de boteco. Era uma aula a cada frase”, acrescentou ele.


O músico diz que compôs durante o isolamento social e afirmou: “Fiz uma música chamada ‘Tempo de Espera’ falando sobre isso. Me fez voltar às raízes na maneira de compor e de arranjar, porque tínhamos que fazer tudo à distância”.