Luciana Gimenez, Criolo e outros famosos revelam seu amor por São Paulo
Hoje eles são famosos, estão na TV e viajam o mundo. Mas foi na cidade de São Paulo, que celebra 468 anos nesta terça-feira (25), que eles começaram suas jornadas. E com ela também eles construíram verdadeiras histórias de amor.
Questionados pela Folha de S.Paulo, eles revelam memórias de infância e selecionam lugares marcantes. Há quem tenha ajudado na preservação de parque importante, quem tenha optado por ser mãe na terra da garoa e ainda aquele que sempre retoma essa conexão com a cidade ao percorrer a pé toda a avenida Paulista.
A apresentadora Luciana Gimenez, 52, é uma dessas famosas. Ela, que nasceu no bairro de Perdizes (zona oeste), viveu sua primeira infância ao lado da avó materna, já que sua mãe, a atriz Vera Gimenez, 73, era uma das estrelas da Globo e vivia no Rio. Gimenes afirma ter boas lembranças dessa época em que sempre foi muito levada.
“Desde cedo frequentava as festinhas dos meus amigos e brincava de ser repórter”, diz. “São Paulo, com certeza, é uma das cidades mais belas do Brasil. Aqui eu posso dizer que construí uma carreira sólida e uma família feliz, sou realizada por morar nessa grande cidade que merece todo o meu respeito. Eu aprendi a ser mãe em São Paulo e fiz questão de educar e criar meus filhos aqui”, afirma Luciana, que revela adorar o caráter multicultural do município.
“Eu sou apaixonada por culturas de diversos lugares. Aqui em São Paulo encontramos Portugal, Japão, Itália, Espanha, Líbano e todos os lugares do mundo. Sou uma paulistana que ama a cidade e que vive e faz tudo para que ela se torne um lugar melhor para as próximas gerações”, afirma.
O maestro João Carlos Martins, 81, é nascido e criado no bairro da Vila Mariana (zona sul). Ele conta que sua casa era muito próxima do Parque Ibirapuera, onde ia com muita frequência. “Também me lembro muito bem das ruas de paralelepípedo no caminho de casa até a escola Liceu Pasteur. Hoje, algumas poucas ainda preservam os paralelepípedos de doce memória, dando um ar romântico para o bairro”, diz o maestro, torcedor fanático da Portuguesa.
O músico revela que um dos lugares que mais apreciava era o Espaço Aprendiz, idealizado por Gilberto Dimenstein (1956-2020), na Vila Madalena (zona oeste). “Tive lá momentos memoráveis. Hoje, meu local preferido é o Parque Augusta, pois tive a honra de, mais uma vez junto com o Dimenstein, participar de maneira efetiva da luta pela preservação daquela área”, diz.
O rapper Criolo, 46, é mais um famoso paulistano que tem amor pela cidade onde nasceu. “Nasci em Santo Amaro (zona sul) e em 1982 mudamos para o Grajaú (zona sul)”, revela ele. Justamente por isso que um de seus maiores prazeres é acompanhar áreas de fomento à cultura e à arte, dentre eles a cena musical que rola no Grajaú conhecida por Pagode da 27, famoso há mais de 15 anos.
Ele também gosta de frequentar a Ocupação Nove de Julho onde há uma horta que encanta a todos e uma agenda cultural cheia de novidades o ano todo. “São Paulo é assim, há espaços que quando bem ocupados com amor, afeto e sonhos, beneficia a todos.”
No ar atualmente como a personagem Vanda em “Quanto Mais Vida, Melhor!” (Globo), a atriz Ana Hikari, 27, é natural do bairro da Aclimação/Cambuci (região central). Suas melhores memórias são da época que podia andar pelas ruas do bairro e conhecer as pessoas de cada vendinha, farmácia da esquina, padaria e lojinhas. “Era quase uma cidade do interior dentro de SP. Passei 17 anos morando ali”, explica.
Hoje em dia, diz Ana, sua maior paixão é a avenida Paulista. Sempre que termina uma temporada de projetos no Rio de Janeiro, ela faz questão de voltar à capital paulista para passear pela mais famosa das avenidas.
“É um lugar em que você vê um pouco do que é São Paulo. Tem muita opção cultural, muita comida, muita gente de vários lugares diferentes. Além disso, desde pequena eu costumo ir à Paulista para manifestações. A primeira delas que eu me lembro foi contra a guerra no Iraque, eu devia ter uns 8 anos.”
Assim como Ana, o comediante e músico Rafael Cortez, 45, é mais um fanático pela avenida Paulista. Tanto que até dois anos atrás ele costumava fazer os compromissos pela região a pé só para poder visualizar a beleza existente na avenida.
Natural de Cerqueira César (zona oeste), entre a rua Oscar Feire e a alameda Lorena, ele diz que o lugar era provinciano e tinha poucos prédios. A região contava com armarinho, banca de jornal que cobrava fiado e até vendedor de sorvete à cavalo.
“Era demais, tive uma infância incrível, fiquei 22 anos nessa mesma casa. O mais incrível era nossa vila de casas conjugadas com famílias amigas e crianças que cresceram juntas. Depois o bairro foi ficando meio metido a besta e naturalmente saímos de lá”, relembra.
A cantora Negra Li, 42, nasceu na Vila Brasilândia (zona norte) e diz que um lugar que frequentava muito na infância era o Largo da Matriz, na Freguesia do Ó. Foi lá que ela fez a primeira apresentação de sua vida. Hoje, adora respirar o ar puro do Ibirapuera e frequentar a avenida Paulista.