Didi Wagner pensa em nova forma de viajar na pandemia para gravar Lugar Incomum
Ela diz, contudo, que ainda no primeiro semestre de 2021 vai fazer as malas para embarcar, mas de um jeito diferente
Acostumada a passar por diversos lugares do mundo, conhecer novas pessoas e apresentar ao público o que uma cidade tem de melhor, a apresentadora Didi Wagner, 45, conta que, com a pandemia, ficou mais difícil viajar com o seu programa Lugar Incomum (Multishow). Ela diz, contudo, que ainda no primeiro semestre de 2021 vai fazer as malas para embarcar, mas de um jeito diferente.
É que, embora a ideia não tenha sido colocada em prática ainda, Wagner e o canal já esboçam uma forma de atualizar a atração e colocar mais um (entre muitos que já tem) carimbo no passaporte da paulistana. “Estamos conversando para pensar em uma nova modalidade para o programa, considerando que será pouco provável viajar longas distâncias.”
“Terá coisa nova, mas não posso abrir ainda. Começaremos a gravar provavelmente em fevereiro. Vai ser um jeito novo de viajar”, adianta Didi, que revela estar acompanhando atentamente cada anúncio sobre as vacinas contra Covid-19.
Desde 2006 à frente do Lugar Incomum, Didi Wagner afirma que, mais do que uma atração sobre viagens, esse é um programa sobre pessoas dos locais que visita. “O bonito é mostrar as pessoas que fazem o lugar ser especial. E, por enquanto, não podemos encontrar pessoas, nem viajar.”
A apresentadora afirma que a primeira vez em que pegou avião na quarentena “foi uma situação que me trouxe uma sensação de excitação com apreensão”. “Sentimentos ambivalentes”, conta Wagner, ao revelar que costumar permanecer entre 16 e 21 dias nos destinos turísticos na gravação de uma temporada, com oito episódios.
Casada com Fred, com quem têm três meninas, Laura, Luisa e Julia, Didi Wagner afirma que sente muita saudade da família durante as gravações, mas que já desfrutou de algumas viagens inesquecíveis com eles, como para Nova Zelândia e Israel -a apresentadora é judia.
E revela os perrengues que ela e sua equipe já passaram. “Uma vez fomos gravar em Tóquio e uma das coisas que se falam do Japão são as privadas tecnológicas. Resolvemos mostrar à nossa maneira e acabamos em um showroom entrevistando o dono da privada que não era dos mais carismáticos. Fizemos de tudo para salvar a reportagem, mas ela nunca foi ao ar”, diverte-se. “Quatro horas perdidas.”
Também há surpresas positivas como a temporada na Suíça, em 2015. “Fiquei apreensiva, pois era um país sério e burocrático, mas nos surpreendemos. Havia esportes radicais, ao ar livre e achamos boas histórias.”
Didi Wagner morou nos Estados Unidos por cinco anos e, em 2011, voltou a viver em São Paulo, e o programa passou a ser itinerante. Perguntada se nestes 14 anos de Lugar Incomum conseguiu reunir e marcar todos os lugares que visitou, ela diz que “não tenho catalogado, eu deveria ter feito essa conta, mas nunca computei. É muito mais que a média e muito menos do que eu gostaria.”
Com toda essa bagagem, ela diz que ao menos aprendeu uma lição: “Nunca esquecer o adaptador de tomada universal. É um item de primeira grandeza, acreditem, mais do que o próprio passaporte”. E faz questão de desmistificar o boato de que ela vive viajando. “A televisão traz uma bela de uma ilusão de que estou sempre em lugares diferentes, mas eu viajo, gravo e volto. Depois fica passando na TV repetidas vezes e as pessoas pensam que eu estou circulando por aí. Mas estou em casa”, afirma.
REINVENTANDO
A quarentena imposta pela pandemia possibilitou a Didi Wagner desfrutar mais da família e a reativar seu antigo canal no YouTube. “Fiquei pensando acerca dos possíveis caminhos que eu poderia traçar na carreira. Fiz uma quarentena muito à risca e foi um momento de reflexão”, lembra a apresentadora, que é um dos nomes mais importantes na cobertura de festivais musicais, afetados pelo novo coronavírus.
E dessa reflexão veio uma conclusão. “Levar entretenimento e informação às pessoas, independentemente da vertente -se é viagem, música ou só eu em casa-, valeria a pena. Depois de um tempo vivendo confinada, percebi que poderia reativar meu canal no YouTube para falar de temas atuais ligados à música.”
No canal, que leva o nome dela, Didi Wagner liberou 12 vídeos sobre música, com o seu jeito de analisar. O quadro recebeu o nome “Didivagando” e a ideia, diz a apresentador, e ampliar o conteúdo na plataforma e em seu perfil no Instagram. “Contei com equipe de suporte a distância, uma pessoa fazendo roteiro. Mas na captação do vídeo eu faço tudo sozinha. Desafio enorme. Mesmo com tantos anos de TV sempre contei com profissionais atuando nessa parte.”
Neste ano, Wagner completa 20 anos de sua estreia como VJ da MTV, à época, ao lado de Marcos Mion no Supernova. Da antiga emissora, onde permaneceu por seis anos, diz ter apenas lembranças boas. “A MTV representa muita coisa na minha vida, minha estreia na TV. O canal era um dos mais legais do mundo e fui eu quem pediu para fazer um teste [em 1999].”
“Tive o privilégio de trabalhar em uma das fases mais gloriosa do canal. Isso tudo faz com que eu tenha uma gratidão enorme. A MTV foi escola, polo cultural, um baluarte do que era relevante na época”, diz Didi Wagner, que carrega amigos como Sarah Oliveira, Marina Person, Edgar Piccoli e tantos profissionais que trabalhavam por trás dos holofotes. “De fato, nos davam bastante liberdade, podíamos nos arriscar muito, ser a gente mesmo sem construir personagem.”
“É engraçado lembrarem da MTV, mas reforço que tenho 14 anos de Multishow e um vínculo muito fortalecido pelas chances que tive e tenho. Muita gratidão por ter um dos programas mais queridos da programação, o Lugar Incomum”, finaliza.