De volta ao SBT, Tiago Abravanel estreia reality gastronômico Famílias Frente a Frente

A proposta de Famílias Frente a Frente é que 12 famílias batalhem entre si com receitas caseiras para disputar o prêmio de R$ 100 mil.


Por Folhapress Publicado 10/10/2019
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Reprodução (Divulgação)

 Brigas acontecem em qualquer família, mas no novo reality show do SBT elas são transportadas para a cozinha. A proposta de Famílias Frente a Frente é que 12 famílias batalhem entre si com receitas caseiras para disputar o prêmio de R$ 100 mil.

Tudo isso sob o comando de Tiago Abravanel, que deixa a Globo após quase sete anos de participações em produções como Popstar e “Salve Jorge”, e volta à emissora de seu avô, Silvio Santos, para assumir exclusivamente este novo programa, deixando abertas as portas para seus trabalhos na Disney e outros projetos. Segundo ele, sua família já estava em busca de um projeto que tivesse “a sua cara” e o fizesse entrar em uma “nova fase”.

Abravanel afirma ter se afastado de seu lado comunicador durante boa parte da vida pela dificuldade de lidar com o fato de ser neto do “maior comunicador do país”, mas ao contrário do que ele imaginava, foi “muito tranquilo e natural” gravar o Famílias Frente a Frente. Ele diz que a competição gastronômica falará sobre seres humanos e relações familiares, estando permeada de tradições, técnicas, temperos, sabores e até segredos familiares.

“Cada episódio tem sua característica marcante. São muitas nuances que a gente vive num reality show: ora tensão, ora você quer esganar um, ora quer abraçar e acolher. Tudo aconteceu aqui, nessas cozinhas. […] Até dei uma engordada”, brinca Abravanel. “Já fui competidor de reality show, eu sei o que é isso”.

Nos episódios, que vão ao ar nas noites de sextas-feiras, as famílias enfrentam dois desafios diferentes e fazem pratos que serão julgados pelo fundador e presidente da Cacau Show, Alê Costa, a chef pernambucana Carmen Virgínia e a repórter curitibana Gilda Bley. O programa também receberá jurados convidados da emissora, como Celso Portiolli, Eliana, Naiara Azevedo, Ratinho, Ronnie Von e César Menotti e Fabiano.

O formato da novidade, inspirado na versão internacional Family Food Fight, é da Endemol Shine, responsável por outros realities como o MasterChef. “Historicamente na televisão brasileira, as nossas avó já assistiam programas de culinária. O que fazemos é transformar os programas de culinária tradicionais em um reality, que é uma paixão. Comida é uma coisa que você tem em casa, e ver na televisão algo que você consegue fazer em casa faz você querer assistir para aprender, ou até se identificar com algum participante”, diz o diretor de criação da Endemol Shine, Eduardo Gaspar, ao F5. 

“O diferencial desse programa é que ele é sobre culinária caseira, e não sobre alta gastronomia. A avaliação dos jurados não é tão técnica, como tem que ser no MasterChef. Acho que vamos conversar com esse mesmo público, mas não tanto sobre a técnica, e sim sobre o sabor”, acrescenta a diretora do programa, Cássia Dian.

O reality também chega como mais uma aposta da emissora na entrada no streaming. Os episódios, que já foram todos gravados dentro da fábrica da Cacau Show (inclusive a final), chegam ao SBT nesta sexta-feira (11), às 23h, mas estreiam um dia antes, nesta quinta (10), no Amazon Prime Video. A plataforma é a mesma pela qual serão exibidos conteúdos extras, e apenas o episódio final será exibido simultaneamente com a emissora.

Foram 20 dias de gravação para criar os dez episódios que fazem parte desta primeira temporada, que deve ficar no ar até o dia 20 de dezembro. Nos dois primeiros episódios, as 12 famílias selecionadas são reduzidas para 6, em desafios que testam a relação familiar sobre pressão. As seis famílias selecionadas ganham uma cozinha customizada, com itens pessoais.

A chef Carmen Virgínia ressalta que o reality trará pluralidade de personalidades e diversidade, para que todos se sintam representados. Ela mesma diz que se sente como representante das mulheres negras, e não dentro de uma “cota”. “Pode sim uma empregada doméstica estar aqui avaliando”, diz. “Estou muito relacionada [ao programa] porque, antes de partir para a carreira profissional dentro da cozinha, eu vendia Carnê do Baú”.

As famílias participantes, sempre com quatro integrantes, variam suas composições, sendo formadas por sogras, pais, filhos, primos, netos, casais e tios, a depender do time. Dentre eles, há inclusive uma família com maioria de homens -quebrando o estereótipo de mulheres na cozinha-, e outra com refugiados congoleses. 

“Nosso objetivo era buscar representatividade, afinal o Brasil é feito disso. Temos muitas culturas e queríamos trazer isso”, diz Gaspar. De olho no futuro, ele já prevê o sucesso do programa: “O Brasil tem se dado bem com esse tipo de formato. Acreditamos muito que haverá segunda, terceira, quinta temporada…”
Dian completa: “É um formato que tem possibilidades para ser exploradas. É um programa de gastronomia feito por famílias, e isso a gente não tem na televisão”.