Salvador cancela festa de Réveillon; Rio e Manaus mantêm evento
Ao anunciar a decisão válida para Salvador, o prefeito Bruno Reis (DEM) mencionou a variante ômicron do coronavírus, que surgiu em países da África e se alastrou por outras nações, e o aumento de casos que atinge o continente europeu nas últimas semanas.
A Prefeitura de Salvador anunciou, nesta segunda-feira (29), o cancelamento das festas públicas de Réveillon na cidade. As prefeituras de Florianópolis e Belo Horizonte já haviam tomado decisão semelhante.
Já a gestão Eduardo Paes (PSD), do Rio de Janeiro, decidiu manter a festa na praia de Copacabana, onde haverá a tradicional queima de fogos. Manaus, que viveu crise em janeiro com falta de oxigênio para pacientes da Covid-19, confirmou a celebração na orla de Ponta Negra.
Ao anunciar a decisão válida para Salvador, o prefeito Bruno Reis (DEM) mencionou a variante ômicron do coronavírus, que surgiu em países da África e se alastrou por outras nações, e o aumento de casos que atinge o continente europeu nas últimas semanas.
“Sei da importância do evento para economia da nossa cidade, mas seguimos colocando a vida das pessoas em primeiro lugar”, escreveu Bruno nas redes sociais.
Mesmo com o avanço da vacinação contra a Covid, a prefeitura afirmou que o cenário de incertezas provocado pela doença impede que ele seja realizado com segurança sanitária.
Com a medida da prefeitura, o Festival Virada Salvador, principal festa de Réveillon da cidade e que costuma reunir um público médio de 400 mil pessoas por dia, está cancelado.
O planejamento da festa começou a ser readequado após a desistência da participação de artistas e a dificuldade da atração de patrocinadores, conforme informou o prefeito Bruno Reis (DEM) anteriormente.
Em condições normais, seriam cinco noites de festa no principal polo da virada na capital baiana.
O decreto estadual da pandemia em vigor libera festas para até 3.000 pessoas na Bahia. Com isso, diversas festas privadas de pequeno porte já foram anunciadas em Salvador.
A capital baiana estuda se haverá algum tipo de comemoração, como queima de fogos em alguns locais da cidade.
Sobre o Carnaval, a tendência é que a decisão seja tomada conjuntamente com o governo da Bahia, comandado por Rui Costa (PT).
“O governador disse que me procuraria, e eu disse que procuraria ele, e eu já fiz isso. Eu espero ter oportunidade para a gente conversar e tomar a decisão em conjunto, que será tomada com toda cautela e segurança, diante de tudo que está acontecendo”, afirmou Bruno.
As festas de Carnaval estão incertas tanto em Salvador quanto no Recife e em Olinda, cidades de Pernambuco que também têm grandes eventos no período. Alguns artistas já se manifestaram dizendo que não devem participar da folia mesmo que ela seja confirmada pelas autoridades públicas. Foi o caso do camarote Expresso 2222, comandado por Gilberto Gil e a mulher Flora Gil.
Em Florianópolis, não haverá o tradicional evento de fim de ano na avenida Beira-Mar Norte, para evitar aglomerações com shows. A cidade fará somente queima de fogos.
Rio de Janeiro No Rio, a Secretaria Municipal de Saúde afirma que, por ora, não há evidência científica que indique a necessidade de restrição à realização das festas de fim de ano. Em 17 de setembro, eventos foram retomados na cidade e, segundo a pasta, não houve aumento nos números da pandemia desde então.
“As internações pela Covid-19 são cada vez mais raras e todos os indicadores de monitoramento da pandemia seguem em queda sustentada. A prefeitura seguirá monitorando o panorama epidemiológico e, em caso de mudança, poderá alterar as medidas”, afirma a secretaria.
Questionada se haverá protocolo sanitário no Réveillon de Copacabana, a pasta disse que essa informação será divulgada oportunamente.
Em entrevista à Rádio Jovem Pan, Daniel Soranz, secretário de Saúde do Rio, afirmou que não existe possibilidade de cancelar ou postergar o Réveillon e o Carnaval.
O Ministério Público e a Defensória Pública do Rio recomendaram que a prefeitura rediscuta e reveja os critérios de relaxamento nas medidas de combate à pandemia, “como a autorização de atividades festivas que provoquem grandes aglomerações, sobretudo festas de final de ano e Carnaval”.
Atualmente, a cidade observa uma melhora em seus indicadores sanitários graças ao avanço da vacinação. No momento, 76,8% da população do Rio completou o esquema vacinal.
Manaus
Um ano depois da segunda onda que traumatizou Manaus, a celebração oficial do Réveillon ocorrerá no lugar mais tradicional, a praia da Ponta Negra. O foco da organização, segunda a prefeitura, será “no respeito aos protocolos sanitários contra a Covid-19, aquecimento da economia e a segurança da população”.
As exigências para participar serão: inscrição prévia, comprovante de inscrição, carteirinha de vacinação com o ciclo vacinal completo e uso de máscaras.
“O avanço da vacinação contra a Covid-19 e a redução do número de casos e óbitos pela doença permitiu a flexibilização para o retorno de eventos e festas na cidade, incluindo os de grande porte, como é o Réveillon”, afirma a prefeitura.
“Seguiremos todos os protocolos de segurança em relação à pandemia para a realização do Réveillon e do Carnaval 2022”, diz a nota do governo David Almeida (Avante).
O Carnaval será realizado, mas as normas estão sob elaboração de uma comissão especial. A prefeitura apoiará financeiramente o desfile das escolas de samba.
No Recife, a prefeitura ainda não definiu se realizará a tradicional festa de virada do ano nas orlas do Pina e de Boa Viagem, na Zona Sul da cidade. A prefeitura informou que a decisão ficará a cargo de autoridades sanitárias em razão da pandemia de Covid.
A tendência é que a decisão seja anunciada apenas na primeira quinzena de dezembro, seguindo o que for recomendado pela Secretaria de Saúde do Governo de Pernambuco.
Em Belo Horizonte, a administração municipal afirmou que não planeja realizar nenhum evento para a celebração da virada de ano na cidade.
As festas particulares estão autorizadas na capital mineira. Entretanto, liberações para eventos futuros dependem da manutenção dos indicadores epidemiológicos, segundo a prefeitura.
Eventos para público acima de 2.000 pessoas, ou que tenham shows e serviço de alimentação para pessoas em pé, devem cobrar a apresentação do comprovante de vacinação com a segunda dose ou dose única. Também pode ser apresentado um resultado negativo de exame para Covid realizado até 72 horas antes da festa.