Sarah Jessica Parker revela ter sofrido assédio de ‘grande estrela do cinema’

Em uma entrevista ao programa Fresh Air, ela disse que já teve "inúmeras experiências com mau comportamento de homens". Apesar de apoiar hoje o movimento #MeToo, que incentiva as denúncias de casos de assédio nos bastidores de Hollywood, Parker diz que não teve forças para tomar ela mesma as atitudes corretas no momento do assédio.


Por Folhapress Publicado 10/07/2019
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Reprodução (Divulgação)

A atriz de “Sex and the City” Sarah Jessica Parker, 54, relembrou nesta segunda-feira (8) que já sofreu assédio no trabalho durante a sua carreira. Em uma entrevista ao programa Fresh Air, ela disse que já teve “inúmeras experiências com mau comportamento de homens”.

Parker chegou a dizer que “uma grande estrela de cinema” havia sido abusiva com ela em um set de filmagem, a ponto de ela precisar acionar seu empresário, mas preferiu não revelar nomes. 

“Eu recorri ao meu agente porque senti que não era mais capaz de expressar o quão desconfortável aquilo tudo estava me deixando e como era inadequado… Bom, em poucas horas tudo havia mudado”, disse ela. “

Meu empresário disse: ‘Se isso continuar, enviarei a ele uma passagem, uma passagem só de ida para fora desta cidade, onde eu estava filmando, e ele não retornará”.

Apesar de apoiar hoje o movimento #MeToo, que incentiva as denúncias de casos de assédio nos bastidores de Hollywood, Parker diz que não teve forças para tomar ela mesma as atitudes corretas no momento do assédio.

“Eu acho que não importa o quanto evoluí ou o quão moderna eu achei que fosse… Eu não me sentia tão poderosa quanto o homem que estava se comportando de forma inadequada, o que me parece impressionante de dizer em voz alta, porque em muitas ocasiões isso estava acontecendo e eu estava em uma posição diferente, em que era tão poderosa [quanto ele]”, disse.

Ela ainda diz que só agora consegue enxergar com maior clareza que ela situação era um crime, mas que na época, agia “me escondendo, me afastando e encontrando um pouco de espaço para apenas seguir em frente”.

“Eu tentava encontrar jeitos, com a linguagem [de dizer não]… Lembro-me de uma vez, em um hotel, que perguntei a um amigo se ele ficaria em um quarto comigo, atenderia ao telefone e simplesmente diria que eu não estava lá.

Isso é muito estranho e não sei se tenho vergonha disso ou se simplesmente encontrei uma série de outras palavras que diziam ‘não’ de outras maneiras”, lembrou.