Rodrigo Lombardi é barbeiro assassino em ‘Sweeney Todd’, que estreia no Brasil
Inspirado na macabra história de "O Colar de Pérolas", dos britânicos Thomas Peckett Prest e James Malcom Rymer, o musical "Sweeney Todd - O Cruel Barbeiro da Rua Fleet" estreia no Brasil nesta sexta-feira (17), no teatro Santander, em São Paulo.
Um ditado popular diz que o amor é o principal ingrediente de qualquer prato de comida de sucesso. Mas não é isso que dá origem às tortas vendidas por Dona Lovett, da rua Fleet, em Londres. Desde que selou uma parceria com o barbeiro Sweeney Todd, a cozinheira faz seus salgados com restos de carne humana.
Inspirado na macabra história de “O Colar de Pérolas”, dos britânicos Thomas Peckett Prest e James Malcom Rymer, o musical “Sweeney Todd – O Cruel Barbeiro da Rua Fleet” estreia no Brasil nesta sexta-feira (17), no teatro Santander, em São Paulo.
O público faz parte do cenário da peça, que se desenrola dentro de uma esfera onde ficam as várias ruelas da história nos arredores da loja de dona Lovett, papel de Andrezza Massei, e à barbearia de Sweeney Todd, vivido por Rodrigo Lombardi.
Enquanto assiste ao enredo das tortas macabras, é possível pedir pratos de um menu gastronômico à venda no terraço do teatro.
Além disso, o público pode interagir com os atores, que andam no meio da plateia e entregam réplicas dos tais “penny bloods” nos quais a história foi publicada pela primeira vez –esses eram os folhetins de ficção que se espalharam pela Inglaterra durante a era vitoriana, no século 19, quando a alfabetização começava a se difundir pelo país.
O musical começa com Benjamin Barker retornando a Londres –agora, com o nome Sweeney Todd– depois de 15 anos afastado da cidade, em razão de uma briga com o juiz Turpin, papel de Guilherme Sant’Anna.
No passado, Todd era um famoso barbeiro, considerado o melhor de Londres, até ser perseguido e condenado injustamente à prisão pelo juiz, que nutria uma obsessão por sua então mulher.
Depois de fugir da prisão, o barbeiro fica exilado numa região distante da cidade e, quando enfim retorna a Londres, só pensa em vingança. Ao reencontrar sua antiga barbearia, que virou uma decadente loja de tortas, ele sela uma parceria com a dona do negócio e, juntos, traçam um plano que beneficiaria os dois.
Dona Lovett não precisaria mais gastar rios de dinheiro no mercado para comprar carnes para suas tortas, que quase não geram clientela em meio a uma grave crise financeira de Londres e a seu péssimo talento para gastronomia. E Sweeney Todd poderia relembrar suas habilidades de barbeiro –ou pelo menos, parte delas.
Enquanto mata vários homens com sua navalha, Todd vai preparando o terreno para chegar até o juiz Turpin, que mantém sua filha como prisioneira, papel de Caru Truzzi.
Essa é a primeira vez que “Sweeney Todd” chega aos palcos brasileiros. Com direção de Zé Henrique de Paula, o musical traz um cenário macabro desde o elevador onde o público entra para chegar até o terraço onde a peça é encenada.
“O público está no cenário, faz parte da peça. É uma viagem à Londres vitoriana, onde luz, figurino, canções e atores envolvem a plateia de tal forma que é impossível se sentir apenas um observador”, diz Lombardi.
Segundo o ator, “Sweeney Todd” se tornou um clássico por uma postura questionadora atemporal, que consegue até mesmo aproximar a Inglaterra do século 19 ao Brasil de hoje. Como se passa no período posterior à Revolução Industrial, “Sweeney Todd” retrata uma Londres repleta de desigualdade, mazelas e disputa por dinheiro.
“A peça trata de temas como diferença de classes, abuso de poder e miséria. A identificação com os tempos atuais é imediata”, afirma Andrezza Massei. “Continuamos tendo filas para compra de osso e carcaça de frango.”
Quando foi adaptada para o filão de musicais da Broadway em 1979, por Stephen Sondheim e Hugh Wheeler, a obra ganhou oito prêmios Tony, o principal do teatro americano, e passou a inspirar várias montagens pelo mundo.
O clássico ficou ainda mais conhecido quando foi para o cinema, há 15 anos, num filme dirigido por Tim Burton e protagonizado por Johnny Depp e Helena Bonham Carter. O longa teve três indicações ao Oscar e venceu troféus no Globo de Ouro.
SWEENEY TODD – O CRUEL BARBEIRO DA RUA FLEET
Quando: A partir de 18 de março de 2022 (sex., às 21h30; sáb., às 16h e 20h30; dom, às 18h)
Onde: 033 Rooftop, do Teatro Santander – av. Juscelino Kubitschek, 2041, São Paulo
Preço: De R$37,50 a R$ 220
Classificação: 16 anos
Elenco: Rodrigo Lombardi, Andrezza Massei e Mateus Ribeiro
Direção: Zé Henrique de Paula