Empresariada por Anitta e fã de física quântica, Clau chega às paradas com pop infiltrado no rap
A cantora é empresariada por Anitta desde o final de 2017, "uma pessoa com quem eu realmente pude ter toda a base de como ser uma cantora pop e como é o meio musical".
Quem é fã de rap e pop provavelmente já ouviu o hit “Pouca Pausa” em alguma rádio ou streaming. A música, responsável por ascender Clau no meio musical, surgiu entre ela e os grupos Haikass e Cortesia “da forma mais natural possível, sem a intenção de ser um hit”.
A voz feminina por trás da canção é de Ana Cláudia Scheffer Riffel, uma jovem de apenas 23 anos. Desde nova, ela já se arriscava em covers no YouTube, mas acabou chegando às paradas musicais por essa parceria, que foi seguida dos seus singles “Relaxa”, “Menina De Ouro” e “Não”.
“Saí cantando da barriga da minha mãe. Eu era aquela criança que já dava show em casa para todo mundo. Mas fui crescendo e ficando com vergonha. Deixei isso adormecido, até que tive a ideia de publicar vídeos no YouTube”, explica a cantora, que começou a compartilhar suas produções aos 13 anos.
Mesmo sem promover seu trabalho, Clau, cujo nome artístico foi definido através de um apelido que já recebia dos amigos, começou a ter visualizações e comentários nas redes sociais. “Até que uma música que eu cantei, ‘Mulher’, do Projota, foi crescendo e alcançou um milhão de visualização”, lembra. “Comecei a acreditar que poderia fazer alguma coisa em relação a isso.”
De lá para cá, Clau se formou no colégio, começou as faculdadesde direito e psicologia, mas abdicou delas para viver seu momento na música. Mesmo tão jovem, já assinou contrato com a Universal Music, lançou dois EPs com músicas autorais e continua com altas ambições.
A cantora é empresariada por Anitta desde o final de 2017, “uma pessoa com quem eu realmente pude ter toda a base de como ser uma cantora pop e como é o meio musical”.
No início da carreira, Clau acompanhou Anitta em shows internacionais, bastidores e aprendeu como lidar com a imprensa. A cantora se tornou uma inspiração e motivação para sua vida. “Ela é muito profissional, séria e dedicada. O trabalho é muito bem feito, pensado e com objetivos claros.”
No entanto, Clau garante que Anitta veio apenas “como um complemento”, e que não depositou todas as suas esperanças de ser cantora na colega. “Até porque o empresário não vai fazer o artista. Nunca fui de colocar nos outros os meus desejos.”
Inspirada em Beyoncé e Ariana Grande, que estão sempre lançando novos projetos e tendo ideias diferentes, Clau quer uma parceria com Gloria Groove. Só está esperando concluir a “música ideal” e apresentar à drag queen.
“Acho que temos o mesmo sentimento com as divas do pop. Tudo o que eu amo, ela ama também, então tem uma conexão. E a Gloria criou esse novo meio entre as drags, porque ela faz rap. Ela traz elementos do pop e rima melhor que muito rapper famoso.”
A cantora divide os anseios musicais com seu namorado, o produtor musical e DJ André Laudz, do Tropkillaz, com quem está junto há cerca de um ano. “De cara rolou uma conexão de gosto musical. É engraçado porque ele me transmite muito do conhecimento dele sobre a música, como produtor musical que já viajou o mundo inteiro, e eu tenho o do pop do momento, que ele não fazia ideia antes de namorar comigo. Soma muito um com o outro””
Ela conta que os dois sempre fazem músicas juntos, apesar da distância -ela costuma ficar no Rio de Janeiro e ele, em São Paulo. “Já tenho músicas novas com pegadas completamente diferentes. Estou querendo outras faces da mesma artista”, adianta.
Com um vasto repertório de músicas já concluídas, Clau afirma que quer lançar mais EPs ainda neste ano. Mas, por enquanto, ela foca nos shows para “entrar mais em contato com o público”. Seu novo álbum já traduz isso.
“É um EP muito sobre o amor. As entrelinhas me representam muito. Evolui bastante do primeiro para o segundo EP”, conta. “A música ‘VemK’ não é o primeiro single dela, mas é um chamamento. Estou chamando o público para ouvir meu EP.”
INDEPENDÊNCIA, MODA E BELEZA
Desde que assinou contrato com a Universal, Clau deixou Passo Fundo (RS), onde nasceu, e passou a morar no Rio de Janeiro. Ela diz que até sente falta da cidade, especialmente por conta das saudades da família e dos amigos, mas gosta mesmo é do calor.
“Acabo ficando mais sozinha, mas sempre fui bem independente. É um choque estar sozinha em outro estado e passar meses sem se ver. Com a cabeça se mantendo ocupada, está tudo bem. O problema é quando ela está vazia”, afirma.
Em casa, ela procura se manter saudável fazendo academia e se alimentando bem. Ela conta que os pais são fitness, mas que não puxou a eles. Sou aquela pessoa que, se puder, fica vendo Netflix o dia inteiro”, conta, mencionando ainda que “Friends” é a sua produção favorita na plataforma de streaming.
“Nunca enjoo. Preciso dormir com a TV ligada e sempre coloco a série, porque acho vai trazer para o meu subconsciente uma coisa boa”, completa.
Além disso, ela diz que gosta desde ir à balada com amigos, dançar e até meditar e ler livros espirituais e de física quântica, dos quais é fã. Foi justamente isso que a instigou ingressar na faculdade de psicologia, a qual ela não descarta concluir.
Por enquanto, para conseguir aguentar a rotina de trabalhos, ela diz que busca fazer “pratos coloridos”, comer frutas e beber muita água -o que reflete em seu corpo, cabelo e pele. A beleza da artista costuma ser bastante elogiada nas redes, ainda mais porque Clau é fã de moda e maquiagem.
O estilo continua entre as várias tatuagens pelo corpo. “Já era meu estilo e forma de ser. Não foi nada criado para uma artista”, diz. Para ela, tudo o que a compõe é natural. “Sempre quis ser muito fiel à minha verdade. Quando escrevo, estou mostrando a minha visão do mundo, a forma como eu enxergo as coisas. Não tem certo ou errado”, diz.
“Muita gente questiona eu ter muito empoderamento na música, mas eu falo que não é exatamente uma exigência, mas sim uma coisa que vem naturalmente. Se algum dia eu quiser escrever sobre estar se sentindo péssima, um lixo, eu vou escrever sobre isso e não vou me sentir presa a uma temática”, conclui.