Seis bandas brasileiras se apresentam no maior festival de punk do mundo

Entre os nomes clássicos confirmados no evento estão The Damned, The Stranglers, UK Subs e Exploited. E o Brasil vai contribuir com a pancada sonora de 1,5% do festival, uma vez que seis bandas brasileiras foram escaladas.


Por Folhapress Publicado 01/08/2019
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Reprodução (Divulgação)

O maior festival punk do mundo, o Rebellion, começa nesta quinta (1º) e vai até domingo (4), com 400 bandas tocando em sete palcos simultâneos na cidade de Blackpool, na costa noroeste da Inglaterra.

Entre os nomes clássicos confirmados no evento estão The Damned, The Stranglers, UK Subs e Exploited. E o Brasil vai contribuir com a pancada sonora de 1,5% do festival, uma vez que seis bandas brasileiras foram escaladas. 

As paulistanas Inocentes, Filhos de Inácio, Supla & Victoria Wells e Subalternos, o grupo Pacto Social, do Rio de Janeiro, e a Dops Banda de Protesto, de Belo Horizonte. Cada dia custa 65 libras (R$ 320) no site do festival.

Após doze anos de existência, os Filhos de Inácio, cujo nome remete à rua Inácio Pereira da Rocha, na Vila Madalena, dão seu grande salto para terras estrangeiras.

No Rebellion, eles tocarão três vezes. No dia 2, serão a penúltima atração do palco Introducing, reservado a bandas que aterrissam pela primeira vez no festival.

No dia anterior, dividem a apresentação com o Pacto Social. Além disso, foram uma das 15 bandas escolhidas entre as 400 para se apresentar no after party da festa.

“Faz cinco anos que a gente toca uns 90 shows por ano, em todo o Brasil, todo fim de semana. Então achamos que chegou a hora de tentarmos esse passo na Europa”, conta o vocalista e letrista Lucas Marchi, ex-modelo que desfilou em oito edições da São Paulo Fashion Week e hoje é cenógrafo.

Depois da Inglaterra, eles vão passar por mais cinco países (República Tcheca, Áustria, Alemanha, Holanda e França). A turnê, como não podia deixar de ser, é punk. “Estamos pagando metade da passagem e temos estadia, alimentação e uma bebida em cada show marcado”, diz Lucas, cujo nome artístico é Barnabé.

Além disso, os Filhos de Inácio esperam receber cachês de até 200 euros (R$ 840) por apresentação, para dividir pelos cinco. Os outros integrantes são Flávio Ticher (Bugaloo), vocalista e funcionário de gráfica, Deyvison Martins (Deivis), guitarrista e funcionário público, Gabriel Moura (Cabeleira), baixista e estudante, e Antonio Losito (Tony), baterista e motoboy.

Os shows vão acontecer em casas punk, pubs sujos e em squats -casas desocupadas que foram invadidas e se tornaram uma espécie de república para punks em toda a Europa a partir dos anos 1970.

Em Berlim, por exemplo, eles tocarão em um dos maiores squats do mundo, o Kopi, que funciona num prédio totalmente pichado que ocupa um quarteirão inteiro. Invadido em 1990, hoje ele recebe apoio do governo.

Apesar de punk, há muitas regras por ali: fotos são proibidas, eles são contra a internet e, para serem aceitos no local, os Filhos de Inácio tiveram que traduzir suas letras e enviar para aprovação. Até o flyer da turnê teve que ser autorizado pelos kopianos, que se preocupam muito com veganismo, amor e fraternidade.

“São quase hippies. Mas são punks”, diz Barnabé. Ele e a banda tocarão lá no dia 14 e, é claro, ficarão para jantar e para dormir em algum colchão que esteja dando sopa.