Malvino Salvador comenta relacionamento gay com Caio Castro em novela
Uma ninfomaníaca, seu marido e um lutador de boxe. Esse é um dos “triângulos amorosos” da próxima novela das nove da Globo, “A Dona do Pedaço”, escrita por Walcyr Carrasco.
Nos papéis da trama, que estreia 20 de maio, estão Deborah Evelyn, 53, (que vive a personagem Lyris), Malvino Salvador, 43, (Agno) e Caio Castro, 30, (Rock), quem vai ajudar o parceiro a entender melhor a sua sexualidade.
“Depois de 20 anos de casado, ele só corre da esposa, que é um pouco ninfo[maníaca]”, adiantou Malvino sobre seu personagem, em entrevista. “Esse cara tem um problema em relação à sexualidade dele, que não está bem definida pelo Walcyr [Carrasco]. No início, ele achava que seria gay.
Depois ele já não sabe direito. Isso está em aberto e nós não sabemos como ele vai dar seguimento a isso […] Mas eu estou aberto a tudo: o que vier, vambora”.
Questionado se poderia beijar Caio Castro na novela, ele afirmou com firmeza que “sim”. “Estou preparado para tudo. Nós somos atores, temos que fazer o que aparece. Na minha primeira peça de teatro fiquei nu em uma cena”, lembra.
Caio Castro comentou que o beijo, por si só, não deve ser uma forma de tornar a novela apelativa. Para ele, o mais importante é contar a história e fazer o público se divertir, independente das polêmicas que podem surgir.
Além de Agno, o personagem de Castro se envolve com as personagens de Nathalia Dill, sua namorada na trama, e Agatha Moreira, um relacionamento antigo. No entanto, ele vive em função mesmo de tornar-se um boxeador de sucesso, algo longe da realidade do ator – que, apesar de não ser boxeador, é faixa preta em judô e jiu-jtsu. Na preparação, ele conheceu inclusive o lutador de boxe Mike Tyson em Los Angeles.
Apesar de pintado como “mau”, Castro garante: “Ele é uma pessoa boa, não é o vilão da história e não tem nem pretensão disso. Mas ele tem um interesse, uma necessidade financeira, que pode acabar levando ele a lugares que vão contra os bons costumes. A ocasião faz o ladrão.”
DE LONGA DATA
Walcyr Carrasco já tem experiência quando o assunto é homossexualidade nas telas: o escritor foi responsável pelo primeiro beijo gay em uma novela da faixa das nove, “Amor à Vida”.
“Walcyr é muito bom nisso. Prova disso é que ninguém se importou com o beijo do Félix com Niko. Porque ele conseguiu fazer com que o personagem se conectasse com o público; o público adorava o Félix e ele era o vilão da novela”, comentou Salvador, que já trabalhou com Carrasco em outras cinco novelas.
O ator conta que, independente de beijo gay, ele busca justamente essa conexão mais íntima com o público. “Só penso no personagem. Se eu conseguir fazer da melhor maneira possível, as pessoas poderão se conectar através de sua história e seus problemas”.
Sobre a composição do personagem, ele também diz que conhece pessoas próximas a ele, que já estiveram na mesma situação, de descobrir tardiamente a sexualidade, já casados. “A vida é muito complexa, a gente não pode ficar preso. As pessoas têm que ser felizes, essa é que é a grande realidade. A minha função aqui é entrar na história da melhor maneira possível, […] para que eu consiga entender todo o complexo psicológico dessa personagem”.