Vera Fischer diz que sofreu assédio moral de diretor da Globo: ‘Me chamava de loira burra’

E revelou que quem mais gritou com ela no set de filmagens foi Walter Avancini (1935-2001), que a dirigiu em seu segundo trabalho na emissora, "Sinal de Alerta" (1978).


Por Folhapress Publicado 23/05/2022
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Reprodução: Instagram

Vera Fischer (70) falou sobre assuntos delicados e lembrou de momentos conturbados de sua vida em entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, neste sábado (21). Ela contou ao apresentador que, além de ter sido assediada sexualmente (“Tinha gente me cantando, eu dava umas desculpas que eu não posso falar agora porque são ‘disgusting‘, mas eu me safava. Aprendi a me safar rapidinho”), também penou com o assédio moral.


A declaração veio como resposta à pergunta de Bial, que quis saber como Vera era tratada nas gravações em meados da década de 1970, “numa época em que era bonito os diretores gritarem com a atriz”. Vera contou então, que apesar de se impor “desde a primeira novela”, foi vitima, sim, de assédio moral.


E revelou que quem mais gritou com ela no set de filmagens foi Walter Avancini (1935-2001), que a dirigiu em seu segundo trabalho na emissora, “Sinal de Alerta” (1978). Avancini, segundo a atriz, recorria a ofensas e xingamentos para fazer com que o elenco chorasse.


“Ele dizia assim: ‘Chora, sua loira burra, sua loira alemã que não sente nada, que não sabe chorar’. Eu falava então: ‘Venha aqui me ensinar como é que faz, qual é o botão que liga'”, conta.


O restante do elenco, que incluía os atores Paulo Gracindo (1911-1995), Vanda Lacerda (1923-2001) e Yoná Magalhães (1935-2015), se espantava com sua postura desafiadora, conta Vera. “Essa gente [ficava] toda parada”.


O período em que ficou internada numa clínica de reabilitação também foi um assunto abordado por Bial na entrevista. Ele perguntou se Vera lembrava-se da entrevista que concedeu a ele àquela época.


“Lembro. Ali entrei por vontade própria, porque estava determinada a ouvir aquelas pessoas. Eram pessoas muito inteligentes. Cada um tinha uma história de drogadição diferente. Aprendo sempre muito com as pessoas e suas histórias”, disse.