Antonia Fontenelle é condenada por dizer que irmãos Neto incentivam pedofilia

Em 2020, Fontenelle publicou no Instagram um vídeo editado com falas distorcidas dos influenciadores, que terminava com uma acusação de pedofilia e erotização de menores de idade.


Por Folhapress Publicado 17/12/2021
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Reprodução: Instagram

A atriz e apresentadora Antonia Fontenelle recebeu na quarta-feira (15) uma sentença de prestações de serviços comunitários e multa de R$ 8 mil por seis crimes, entre calúnia, difamação e injúria, contra os irmãos Felipe e Luccas Neto. A decisão em primeira instância foi emitida pela 39ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, e a defesa já disse que entrará com recurso.


Em 2020, Fontenelle publicou no Instagram um vídeo editado com falas distorcidas dos influenciadores, que terminava com uma acusação de pedofilia e erotização de menores de idade. Ela complementou, na legenda, que “Felipe Neto e Luccas Neto, dois irmãos milionários, fazem dinheiro com crianças e adolescentes cujos pais ignoram o que seus filhos consomem na internet”.


O juiz Ricardo Coronha Pinheiro considerou Fontenelle culpada por crimes de calúnia, injúria e difamação. O argumento da defesa de que ela tinha “intenção única de provocar a discussão e a readequação dos conteúdos produzidos [pelos irmãos]” foi desconsiderado.


ACUSAÇÃO


Após a publicação do primeiro vídeo, a atriz postou um texto com mais ofensas aos youtubers em seu Instagram. Nele, ela afirma que Felipe teria ameaçado “introduzir um plug anal na seguidora menor de idade, que segundo tua fala, tem sonhos eróticos contigo”, e que Luccas teria “pagado boquete numa garrafa de vidro”.


Fontenelle repostou as acusações em outros momentos, alterando palavras e acrescentando que os irmãos “ensinam crianças a tocar fogo em casa com maçarico”. Ao descobrir sobre a queixa-crime feita pelos Neto contra ela na Justiça carioca, ela chamou Felipe publicamente de “moleque covarde e mau caráter”.


No entendimento do juiz responsável pelo caso, Fontenelle cometeu calúnia ao imputar aos irmãos um fato definido como crime (no caso, pedofilia e sua incitação). O crime de injúria foi por ter chamado Felipe de “moleque covarde e mau caráter”, “efetivamente atacando a honra subjetiva dele”, e o de difamação por dizer que Luccas simulou atos sexuais em uma garrafa.


FELIPE NETO COMEMORA


Em vídeo publicado nas redes sociais, Felipe Neto contou aos seguidores que “a ‘bolsonarista’ que me odeia”, referindo-se a Fontenelle, “que associou eu e meu irmão a pedofilia, foi condenada mais uma vez.”


“O juiz condenou por três calúnias, duas difamações e uma injúria, a um ano de prisão substituído por prestação de serviços à comunidade”, continuou. O produtor de conteúdo afirma que a disputa entre os três começou com um desentendimento político, mas que “saiu do campo democrático” quando “começaram com as associações com pedofilia”.


“Eu não tenho nem condições de explicar para vocês como é saber que milhões de pessoas compraram o discurso de que você é pedófilo”, disse Felipe, emocionado. “A dor e a raiva que isso causa no ser humano são sobrenaturais. E ver fazer isso com o meu irmão também.”


Segundo a defesa do youtuber, “essa é a terceira condenação criminal que Fontenelle recebe apenas em 2021 por ofender Felipe Neto, totalizando, até o momento, um ano de serviços comunitários e mais de R$ 200 mil reais de pena a ser cumprida”.


As duas sentenças anteriores foram emitidas pelo 9º Juizado Especial Criminal da Barra Funda. Em um deles, a atriz foi condenada por xingar Felipe de “vagabundo de merda” e, no segundo, por chamá-lo de “merda e câncer da internet”.


RECURSO


Procurada pela reportagem, Antonia Fontenelle ressaltou que a decisão foi em primeira instância e afirmou que irá recorrer. “Por enquanto, nada a declarar. Vamos falar do que é real na hora certa”, disse.


No Instagram, a atriz contou aos seguidores sobre a condenação, e defendeu-se: “Não vou pedir desculpas para o errado jamais. Jamais. Podem apostar.”


“Toda vez que eu sento na frente de um juiz, numa cadeira de criminosa, numa cadeira de réu”, continuou. “Eu tenho o dom da comunicação, eu explico direitinho o motivo pelo qual estou lá, explico e provo. Se ainda assim o juiz entende que a errada sou eu, me cabe recorrer”.